Relações Internacionais

Com a retomada das atividades econômicas ao redor do mundo após um maior controle da pandemia da covid-19, mais uma vez o agronegócio brasileiro se mostrou fundamental para o abastecimento das cadeias globais de valor. O país exportou para mais de 190 países e quebrou diversos recordes de vendas ao exterior.

Se, por um lado, a alta dos preços internacionais dos principais produtos agropecuários vendidos pelo Brasil foi favorável à balança comercial, por outro, diferentes fatores impactaram negativamente o comércio internacional, como a crise do transporte marítimo global.

Após um início de ano conturbado, com atrasos nas colheitas de soja e com desafios climáticos, o agronegócio brasileiro auferiu recordes nas exportações nos meses de março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro, o que permitiu que, ainda em outubro, as vendas ao exterior já ultrapassassem o recorde anterior (US$ 101,2 bilhões), alcançando o montante de US$ 102,4 bilhões.

Principal setor da economia brasileira no comércio internacional, o agro representou 43,4% da pauta de exportações, e garantiu um superávit comercial da ordem de US$ 58,5 bilhões entre janeiro e outubro. O crescimento das vendas do agronegócio em relação aos primeiros dez meses de 2020 foi de 19,5%, equivalente a US$ 16,7 bilhões.

Entre os principais estados exportadores figuram Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul, com vendas, de US$ 18,6 bi, US$ 15,9 bi e US$ 12,9 bi, até outubro de 2021, respectivamente. As principais variações se deram para Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais, com aumentos respectivos de US$ 4,2 bi (+48,9%), US$ 3,2 bi (+20,8%) e US$ 1,5 bi (+20,6%).

Apenas dois estados registraram queda nas exportações: Alagoas (-8,8%) e Amazonas (-0,4%).

Em 2021, os principais produtos do agronegócio brasileiro exportados foram a soja em grãos, a carne bovina in natura, o açúcar de cana em bruto, o farelo de soja e a carne de frango in natura.

Principais destinos

Em 2021, os principais destinos dos produtos do agronegócio brasileiro foram a China, a União Europeia, os EUA, a Tailândia e o Japão.

China

No caso chinês, as vendas brasileiras foram majoritariamente dominadas pela soja em grãos. O produto correspondeu a 67,3% do montante auferido até outubro, proporcionando uma receita de US$ 25,0 bi.O produto também foi o que registrou o maior incremento nas vendas à China (+ US$ 4,6 bi), seguido pela carne bovina in natura (+ US$ 677,8 mi) e pelo óleo de soja em bruto (+ US$ 338,2 mi).

Apesar do aumento expressivo nas exportações de carne bovina in natura para a China, devido à suspensão nas exportações no produto desde o início de setembro, os volumes recuaram expressivamente em outubro.

União Europeia

A União Europeia é um destino fundamental dos produtos brasileiros, sobretudo para as frutas. Até outubro de 2021, o Brasil exportou US$ 15,1 bilhões ao bloco, aumento de US$ 2,3 bi (+18,1%) em relação aos primeiros dez meses do ano anterior.

No Brasil, com a chegada dos últimos meses do ano chega também a época de colheita de diversas frutas, como as mangas e melões, o que impulsiona os embarques para a União Europeia.

Nos últimos dois anos, observou-se que as receitas auferidas com frutas exportadas para a UE nos últimos dois meses do ano representaram mais de 25% do valor exportado para o ano completo.

Além disso, observou-se um aumento nas vendas de produtos com alto valor agregado e com propriedades nutricionais desejáveis por consumidores de alta renda, como o mel natural e a pimenta-do-reino, que tiveram incremento de 61,5% e 71,2% nos embarques ao bloco, respectivamente.

EUA

Até o mês de outubro de 2021, o Brasil embarcou para os EUA o equivalente a US$ 7,2 bi em produtos do agronegócio, crescimento de 27,7% em relação ao mesmo período de 2020, sendo as principais variações para madeira compensada ou contraplacada (+ US$ 319,4 mi), o que contribuiu para que o produto fosse o terceiro mais exportado ao país.

Outra variação relevante se deu para a carne bovina in natura; o produto registrou alta de 234,3% em relação a 2020 e atingiu os US$ 268,2 milhões destinados aos EUA, aproximando-se da carne bovina industrializada, que chegou aos US$ 404,4 milhões embarcados.

As vendas de carne bovina in natura destinadas aos EUA foram retomadas em fevereiro de 2020 após terem sido suspensas em junho de 2017. Após a reabertura do mercado estadunidense, o Brasil vem registrando contínuas altas nas vendas ao país e viu esse mercado se tornar o quarto maior destino da proteína em agosto deste ano.

Abertura de Mercado

Mesmo com as restrições impostas pela pandemia, sob a liderança do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, até novembro de 2021, foram realizadas 69 aberturas de mercado para 30 países.